A Natura anunciou na quarta-feira (30) que deve realizar uma oferta secundária de ações, ou follow-on, em escala global. Serão 121,4 milhões de novas ações colocadas à venda no mercado brasileiro e internacional. Com a cotação do último pregão, de R$ 51,13, isso dá um montante de aproximademente R$ 6,2 bilhões.
Segundo o documento apresentado à CVM, os recursos serão utilizados para acelerar o crescimento da companhia promovendo: a integração e a recuperação da Avon (focando em um novo modelo comercial, inovação e rejuvenescimento da marca), a digitalização dos negócios e oportunidades de expansão geográfica alavancando a companhia em locais onde já está presente.
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Além disso, a captação prevê a criação da Agenda 2030 – Compromisso com a Vida. O plano prevê “implementar circularidade de ingredientes e embalagens e o desenvolvimento de uma força de trabalho mais diversa e inclusiva, e ao mesmo tempo melhorando a qualidade de vida da rede da companhia.”
A companhia também pretende otimizar a estrutura de capital, acelerando a desalavancagem e reduzindo o endividamento em dólares, volatilidade da taxa de câmbio e altos custos de juros, bem como eliminando obrigações contratuais restritivas, primordialmente mediante o pagamento das notes emitidas por nossa subsidiária Avon com vencimento em 2022.
Na coordenação da oferta, ficará o banco Morgan Stanley. Bank of America (Bofa), Bradesco BBI, Citigroup e Itaú BBA também participarão do processo.
Por conta do follow-on, a empresa atualizou suas projeções e afirmou que estima que sua receita líquida no terceiro trimestre cresceu 25% a 30% na comparação com um ano antes, apoiada na aquisição da Avon e outros efeitos.
Dentro do seu guarda-chuva, a Natura tem marcas muito fortes – The Body Shop, Avon, Aesop. Ainda tem a favor de si o fato de pertencer a um setor resiliente, que tem a fama de remar contra a maré em tempos de crise.
De olho nisso, e animado com o futuro da integração da Avon, o Bradesco BBI vê potencial no papel da Natura (NTCO3) e prevê valorização de 23% nos próximos 12 meses. Um relatório do banco divulgado no início da semana mostra que o preço alvo da ação subiu para R$ 60.
Para justificar a aposta alta, o Bradesco diz que vê o início de um “forte ciclo de ganhos liderados pelas marcas Natura, The Body Shop e Aesop, além da integração da Avon no começo de 2021”.
A confiança no bom desempenho dessas marcas é sustentada por dados animadores do setor. No primeiro semestre, o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (HPPC) registrou crescimento de 0,84% no primeiro semestre deste ano na comparação com o mesmo período no ano passado. O dado é da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (Abihpec).
*Com informações da Reuters
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Natura anuncia oferta global de ações e deve captar R$ 6,2 bi no site CNN Brasil.