Em tempos de crise, é comum que as empresas emitam dívidas para conseguir fechar as contas. Mas não foi o que aconteceu com as companhias que têm ações negociadas na bolsa. Ao menos, quando analisadas em conjunto.
Isso fica claro ao comparar o valor de mercado delas (número obtido ao multiplicar a quantidade de papéis pelo preço na B3) e o valor da empresa – ou enterprise value -, que é calculado a partir da soma do valor de mercado com a dívida líquida e a participação dos minoritários.
De acordo com estudo da Economativa, o valor de mercado de 243 companhias não-financeiras listadas na bolsa em dezembro de 2019 era de R$ 3,32 trilhões. Agora, está em R$ 3,19 trilhões.
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Por sua vez, o enterprise value está na casa dos R$ 4,4 trilhões ante os R$ 4,31 trilhões registrados em dezembro do ano passado.
“No período da pandemia os preço das ações caíram, mas a dívida das empresas não mudou tanto porque ninguém contraiu mais dívida para fazer mais investimentos”, explica Michael Viriato, pesquisador do Insper.
A conclusão é que, se as empresas tivessem aumentado substancialmente o endividamento, seu enterprise value seria muito maior, já que as ações estão retomando os preços pré-pandemia.
O estudo mostra que, no pior momento da pandemia, o valor de mercado das empresas brasileiras foi menos representativo para o cálculo total do valor de firma.
Hoje, o valor de mercado representa 72,6% do enterprise value das empresas listadas.
Empresas mais valiosas
A Petrobras (PETR3 e PETR4) é a empresa brasileira com maior valor de firma. A empresa apresentou enterprise value de R$ 653,7 bilhões no dia 14 de outubro, dos quais R$ 260,79 bilhões são valor de mercado. Ou seja, as ações representam apenas 39,89% do valor de firma.
Por outro lado, algumas empresas têm valor de mercado superior ao enterprise value. É o caso da Ambev (ABEV3), da WEG (WEGE3), do Magazine Luiza (MGLU3) e da B3 (B3SA3).
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Companhias abertas não aumentaram o endividamento durante a pandemia no site CNN Brasil.